O Centro de Defesa dos Direitos Humanos, Cedeca Zumbi dos Palmares, recebeu o representante da Misereor no Brasil, Stefan Oftering, para uma visita aos territórios onde vêm sendo realizado o projeto “Todo mundo tem direito à vida, todo mundo tem direito igual”. Realizado pelo Cedeca, com cooperação da instituição alemã, o projeto visibiliza o debate dos direitos humanos com foco no enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes através de uma série de ações contínuas.
Nas escolas, ruas, praças, nas redes virtuais, e também nas instituições, uma destas ações trata-se da campanha “Pelo direito de viver livre da violência”. Além de diversas atividades culturais, rodas de conversa, distribuição de material e espaços de compartilhamento de saberes, o projeto vem empreendido esforços também na cobrança a órgãos e instituições pertinente no combate à violência contra a juventude negra e moradora da periferia.
Relatando sobre suas vivências na educação popular, Stefan Oftering também compartilhou as experiências como em um espaço de fala. “Tinha algum ponto em que falamos da transformação socioecológica e transformação humana. E uma das coisas a transformar é o uso dessa palavra de pessoas em situação vulnerável. A gente fala de pobreza quando não tem grana, e riqueza quando tem grana, mas não é assim. Quando a gente fala em transformação, também é preciso transformar a linguagem. Quem tem riqueza financeira, mas não tem amor, não tem riqueza”.
Em meio às falas, os jovens articuladores pontuaram os desafios que a desigualdade, o racismo, e a violência impõem sobre a juventude de Alagoas diante do contexto de violência, agravado em meio à pandemia. Por outro lado, também enalteceram o encontro e a organização das juventudes em espaços potentes – como a escola – para construção de resistências diante da dura conjuntura que mais afeta a juventude e as famílias no Estado.